sábado, 30 de abril de 2011

.a antropologia das traças. (29.04.2011, 2h34min)

                                                            há tempos me observo a observar as traças

domingo, 24 de abril de 2011

.à espreita da esteira.



.na linha de montagem, fazer vibrar a fibra de meu corpo.

processo de produção da instalação "à espreita da esteira" 
a ser relizada no III Acampamento de Psicologia da UEM.
Idealização: Erick Guerra, Fernando Amorim e Roberta Stubs

segunda-feira, 18 de abril de 2011

.engarrafando fluxos.



                                  -o fluxo pulsa na cidade engarrafada-

quarta-feira, 13 de abril de 2011

.com versos.


                                                             .é comum sair de algumas aulas conversando com versos.

                -noite de terça-feira, 12 de abril de 2011. o rádio toca massive attack e marca que já passa das 22hs-

sábado, 2 de abril de 2011

.hoje eu encontrei uma vida.


Andava. Num dia útil pouco após o almoço, andava só. Eu-olho, olhava mais para o chão que para o céu neste dia, e o que se antecipou ao meu olhar foram suas meias listradas. Listras sempre me atraíram, pés, sapatos e passos também.

Das listras, percorri um corpo franzino e encontrei um rosto de vida antiga e vivida. Linhas do tempo falavam por aquele rosto, linhas de tempo falavam por aquele corpo. Imediatamente me afundei numa vida que desconhecia completamente. Sem nada ouvir, sem nada saber dessa simpática senhora, fez vibrar em mim vozes, imagens, sentimentos e texturas que me eram estranhas e, paradoxalmente, me pertenciam com uma certa familiaridade.

Interrompi meus passos, hesitei minha sequência de dia e quis conhecê-la; saber seu nome, idade, história, hábitos de vida, tristezas, alegrias e sínteses de sabedoria. O que consegui fazer foi abordá-la com timidez e ouvir em voz mais tímida ainda um consentimento para uma foto e seu nome soletrado espaçadamente. 
                                  

Um corpo de vida antiga e vivida posou acanhado para meu olhar, e
 eu me curvei ao tempo diante dela, me curvei à vida diante dela.

Revelei a foto e ando com ela na bolsa na esperança de encontrá-la e poder presenteá-la, e, assim, apreender seu nome e um pouco da vida desta vida.