quinta-feira, 9 de setembro de 2010

estética relacional

                                                                                                   maurizio cattelan

Você entrou. Assim começa um texto de Foucault chamado a força de fugir. Fiquei pensando sobre isso.... as vezes para traçar fugas é necessário estar dentro, saber-se dentro. Assim segue também algumas práticas artísticas contemporâneas, instalações e intervenções que se impõem. Quando se vê, estamos dentro. Já está dentro nós. Dentro de quê? O que pode esse dentro? Como instaurar o fora no dentro, lançar o dentro para fora? Dentro do fora talvez seja adequado. Falando da vida e pela vida, podemos pensar o dentro como nosso próprio cotidiano, no alcance de nossas mãos. O cotidiano como campo de explorações diversas. Nicolas Bourriaud lança o termo "estética relacional" e afirma que as práticas artísticas contemporâneas consideram o intercâmbio humano como objeto estético em si, uma estética relacional na qual a arte somente ganha vida e forma na medida em que dispara interações e processos sociais. Produção de espaços-tempos relacionais; socialidades alternativas; experiências inter-humanas que tentam se libertar. No modo como se representa-apresenta a realidade, as expressões artísticas se valem da distância que demarca a coexistência de si mesma e da realidade para pulverizar contornos e formas já esperadas. Cria um vácuo de estranhamento, valendo-se inclusive do que nos é familiar, fazendo ruir heurísticas e atalhos cognitivos já convencionais. Num deslizamento das margens que demarcam o dentro/fora, bonito/feio, bom/mal, etc., a arte alcança um deslocamento de percepções e afecções habituais, destituindo um território acostumado e inaugurando um espaço a ser criado. Assim caminha o L.I.X.O in-process. Se valer do inútil, do descartável e do invisível como um dispositivo de proliferação de relações que escapam ao convencional mesmo que dela se valham. Uma proposta simples que visa provocar relações singulares com o supostamente desnecessário, instaura o fora no dentro. Fica a dica de dois livros publicados por Bourriaud pela Martins Fontes: "Estética Relacional" e "Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo". Segue um vídeo-documentário no qual Ben Lewis entrevista alguns artistas plásticos e também o pŕoprio Bourriaud  vídeo-estética relacional




8 comentários:

  1. Que foto...!
    *Entre o sonho e a realidade eu prefiro a realidade que me permita sonhar. http://jefhcardoso.blogspot.com

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  2. Eu entrei.

    Pronto. Seu blog está na lista de sugestões do "New(d)Nomadology". Farei visitas constantes aqui.

    ...e você na minha pequenina lista de pessoas com as quais é possível passar uma Vida, digo, uma tarde inteira num parquinho abandonado.

    beijos & se cuida aí!

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  3. e a arte se volta contra si mesma, assim como nós às vezes.
    vou voltar aqui mais vezes professora. uhaHA

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  4. A arte da vida que nos move.

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  5. é isso...
    http://www.myspace.com/music/player?sid=64512809&ac=now

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