terça-feira, 30 de novembro de 2010

.passos.


                                                                                                passos da semana passada

.o que eu vejo quando não olho só para meus pés.

.o que você vê quando olha só para meus pés.

.qual a paisagem do chão para a sola do sapato.



no final a respiração vira vento - ex.passos


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

.uns meninos que gostam de pular.

                                           
                                              Le Parkour, Maringá, 21/11/2010


               Sábado, vinte de novembro de dois mil e dez. Saí para passear.
       
       Domingo, vinte e um de novembro de dois mil e dez. Saí para filmar.



domingo, 21 de novembro de 2010

.we are a happy family / in-process.

 

Processualizando a temperatura da febre que não baixa mas permanece morna  e opaca, segue uma cartografia das happy familys em circulação por aí. Como signo de inventividade rasa e artífice para demarcar diferenças no solo do sempre igual, os adesivos agora são temáticos, cada membro da família com a camisa de seu time do coração. Se a família for unida mesmo, de laços intrínsecos e inabaláveis, de valores h?manos e cristãos, o que prevalece é o verde e amarelo desse Brasil de todos sem restrições. Pode até parecer que ando implicando muito com este signo de felicidade aparente. Na verdade, é só um lamento triste. Acho essa superfície profunda demais para ficar só no superfícial.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

.paisagens do esquecimento.

                                                                                   Maringá, feliz erro de percurso num dia de casamento.
              
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.paisagem do tempo do esquecimento.
 
.qualquer lugar algum.                                                             
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                                                                                                                                          .qualquer um.



domingo, 7 de novembro de 2010

.fora de operação.


Telefone público, Rua Mandaguari, Maringá-Pr. Música extraída de Voom Portraits, Robert Wilson.


Caminhando alienada em meus passos e com uma atenção flutuante ao que tange essa alienação, algo me fisga. Meu olhar capturado por um verde que acende e apaga e assim permanece no correr dos dias e noites. Disso sei pois por ali passei vezes e vezes depois e aquele telefone público, momentaneamente sem função, segue funcionando em intervalos de luz que dizem assim:                                                      FORA DE OPERAÇÃO         AGUARDE....          -PORTA ABERTA-
Enigmáticas palavras que mais do que demarcar sentido, nos lançam ao fora do pensamento. Aí, começo este texto novamente, reinicio meu pensamento dentro desse fora.

Porta aberta. Sejam bem vindos neste jogo de construção, a desconstrução já está posta (o insólito logo ali, na próxima esquina, bem pertinho de nós e nossos passos, dentro de nossa rotina-retina). Agora é só brincar no aleatório, o que podemos compor: Aguarde...., estou pensando. Suspendo minha lógica do sentido e a coloco fora de operação. Como opero bem neste lugar, ou melhor, opero para além do bem e do mal. Penso até em permanecer aí, vibrando. Sinto que neste lugar as portas permanecem abertas, outras portas, outras vozes, corujas, grilos, automóveis, flashes reluzentes e constelações de coisas ínfimas,  vizinhanças próximas e distantes. Entro num jogo infinito de permanência e proliferação, aguardo tudo e qualquer coisa que se sinta.

Tudo e qualquer coisa. Mesmo numa linearidade louca, o que podemos compor??? Um convite para operar no fora da operação. Portas abertas para a composição, entrem e fiquem a vontade.