domingo, 7 de novembro de 2010

.fora de operação.


Telefone público, Rua Mandaguari, Maringá-Pr. Música extraída de Voom Portraits, Robert Wilson.


Caminhando alienada em meus passos e com uma atenção flutuante ao que tange essa alienação, algo me fisga. Meu olhar capturado por um verde que acende e apaga e assim permanece no correr dos dias e noites. Disso sei pois por ali passei vezes e vezes depois e aquele telefone público, momentaneamente sem função, segue funcionando em intervalos de luz que dizem assim:                                                      FORA DE OPERAÇÃO         AGUARDE....          -PORTA ABERTA-
Enigmáticas palavras que mais do que demarcar sentido, nos lançam ao fora do pensamento. Aí, começo este texto novamente, reinicio meu pensamento dentro desse fora.

Porta aberta. Sejam bem vindos neste jogo de construção, a desconstrução já está posta (o insólito logo ali, na próxima esquina, bem pertinho de nós e nossos passos, dentro de nossa rotina-retina). Agora é só brincar no aleatório, o que podemos compor: Aguarde...., estou pensando. Suspendo minha lógica do sentido e a coloco fora de operação. Como opero bem neste lugar, ou melhor, opero para além do bem e do mal. Penso até em permanecer aí, vibrando. Sinto que neste lugar as portas permanecem abertas, outras portas, outras vozes, corujas, grilos, automóveis, flashes reluzentes e constelações de coisas ínfimas,  vizinhanças próximas e distantes. Entro num jogo infinito de permanência e proliferação, aguardo tudo e qualquer coisa que se sinta.

Tudo e qualquer coisa. Mesmo numa linearidade louca, o que podemos compor??? Um convite para operar no fora da operação. Portas abertas para a composição, entrem e fiquem a vontade.






6 comentários:

  1. repete...repete...eperte...tepere..perete...

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  2. cuidado e cuidado! aos filhos e "filtros" de rede; aos seres ambulantes e supostamente estáveis; aos que parecem são, como disse Leminski...

    -pois querem o nosso tempo de vida com uma visão de rotina e fazem do sentido da visão uma prisão de retina.

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  3. profética epilepsia da retina que repete.
    por bem podemos ainda repeterar com outras letras.

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  4. Olá Roberta não sei o que dizer diante de tantas coisas,as vezes fico mudo.
    As vezes o exagero e o acumulo de coisas me dão a sensação de vazio.
    Acho que é possível extrair ou melhor abstrair algo significativo do "lixo" e se distrair com uma estética puramente inreal de maneira lúdica pensando ser real, sendo.
    Bacana seu blog, acho que não sou muito hábil com este mundo da sibernetica.
    Beijão,
    Sandro Maranho.

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  5. Olá Sandro, boa sua visita por aqui e pontual sua opinião, um acumulo vazio...é disso mesmo que se trata esse lixo, uma abundancia oca.
    bjs

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